segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Salamanca, o rio da minha cidade (Barbalha/CE)

O Salamanca nasce na chapada do Araripe, filho abraço do riacho Arajara com riacho correntinho, ao longo curso recebe vários afluentes como riacho do ouro riacho Santana e riacho do batoque desce em direção a missão velha.o cognome terras dos verdes canaviais é provindo da fecundidade no vale do Salamanca bastante propicio ao cultivo da cana. A exemplo do Nilo para o Egito o Salamanca contribui consideravelmente na colonização caririense , servindo de “caminho” para que os portugueses chegassem a tribo Kariri, além do que ele é fonte de vida , pois após as cheias , ao longo dos anos veio tornando as terras por onde passa mais férteis propiciando o plantio da cana-de-açúcar, caracterizando Barbalha como a capital mundial da rapadura. O Salamanca teve sua exploração maior no final dos anos 50, toda década de 60 ate o finalzinho da década de 70, quando se inicia prática dos “piqueniques á beira rio”, realizados a sombra da mangueira do xililique, localizada no atual Distrito Estrela. O Vale do Cariri constitui uma ampla área de cultivo de cana-de-açúcar e prática da pecuária sustentável pela criação de gado leiteiro, no entanto, ambos necessitam da normal fluência do Salamanca para ser manter em ativa, o que novamente destaca um trabalho preservativo de defesa e revitalização que comece desde as fontes e abranja todo o fluxo natural do rio. Barbalha, “terra de Santo Antônio”, é também berço cultural pela prática da panacéia que traz anualmente milhões de visitantes do mundo inteiro, desde estudantes até curiosos no assunto, o que beneficia economicamente uma renda rotátil exorbitante, para os que sobrevivem do artesanato e do comércio local. No entanto, sem planejamento esse fato não é sinônimo de orgulho! Apesar da popular festa de Santo Antônio, sabe-se que para se acolher bem uma visita, deve-se primeiro “arrumar a casa”, no que consta retirar o lixo e não apenas “colocá-lo em baixo do tapete da sala de estar”, mas, como se esconde um rio que morre sufocado em gritos silenciosos? Sem preservação a natureza responde à sua forma! Uma coletiva e preocupante situação mundial atual, conseqüente da poluição e do desmatamento, é a redução da camada de ozônio o que implica a uma avassalante mudança nas condições climáticas, que implícita situações preocupantes em nosso município, durante o inverno as chuvas aumentaram o ritmo e o volume, concentrando em um fluxo maior d’água que escorrem dos paredões da Chapada do Araripe, porém em seu percurso natural encontram barreiras artificiais pelo acúmulo de lixo urbano e migram por valetas conseqüentes da erosão de áreas que anteriormente não existiam devido a barreira natural que está sendo aos poucos destruída pela invasão humana, a conseqüência direta são as inundações das casas ribeirinhas englobando a este fato a morte das plantações e a perca de bens arrastados pela água. O rio está mudando de percurso! O que constitui um alerta emergencial aos barbalhenses, o Salamanca hoje faz mais zigue-zagues do que antes, isto acontece naturalmente, afinal, ninguém pode barrar a fluência da água, ela é solvente universal, graças a essa propriedade natural qualquer que seja a barreira ela conseguirá encontrar sua rota.